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Academia Maranhense de Letras

Fundada em 10 de agosto de 1908

Notícia

Em livro, Ney Bello discute a democracia e o papel do Judiciário

Obra será lançada nesta segunda-feira, às 18h, na Academia Maranhense de Letras

O escritor e desembargador federal Ney Bello lança nesta segunda-feira (10), às 18h, o livro “E os juízes foram embora de Berlim e outras inquietações” (Editora JusPodium), na sede da Academia Maranhense de Letras (rua da Paz, 84, Centro). Com prefácio do ministro da Justiça Ricardo Lewandowiski, a obra traz reflexões profundas acerca da dinâmica social dos tempos atuais sob a ótica da globalização, da modernidade e da pós-modernidade, nas quais busca compreender a racionalidade subjacente à construção de uma democracia em permanente evolução.

De acordo com Lewandowski, o livro reúne textos relacionados a problemas históricos e sociais que, direta ou indiretamente, têm reflexos sobre a compreensão do direito em um determinado tempo histórico. Ao longo de suas indagações, Ney Bello dedica considerável espaço ao papel exercido pelo Judiciário na sociedade contemporânea, embora lamente que, não raro, ele reflita o sentimento de “instituições acuadas pela opinião pública, pelos likes das redes sociais e pelo imediatismo do desejo de punir”.

Em suas análises, Ney Bello observa que há em curso uma ânsia pela punição do “inimigo”, que nessa lógica disfuncional deve ser saciada “quase que num gozo”, a despeito do direito, dos direitos e de todas as conquistas da modernidade “que não podem ser vilipendiadas, sob pena de descaracterização de nosso Estado Democrático de Direito”.

O lançamento do livro contará com as presenças do presidente da AML, Lourival Serejo, do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino (que também faz a apresentação do livro) e do ex-presidente da República e escritor José Sarney, dentre outros acadêmicos, magistrados, operadores do Direito, estudantes e professores.

Sobre o autor

Ney Bello, além de membro da Academia Maranhense de Letras, é magistrado de carreira e atualmente ocupa o cargo de desembargador no Tribunal Regional Federal da 1ª Região. É mestre pela Universidade Federal de Pernambuco, doutor pela Universidade Federal de Santa Catarina e pós-doutor pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. É também professor da Universidade de Brasília e frequentou vários cursos de extensão universitária no Brasil e no exterior, em especial na Bélgica, Itália, Estados Unidos e Portugal.

Sobre o título O título do livro faz referência a uma conhecida história que entrou para o folclore jurídico. Em 1745, o rei Frederico II, da Prússia, ao olhar pelas janelas de seu recém-construído palácio de verão, cismou que um velho moinho lhe perturbava a visão dos jardins. Os seus ministros apressaram-se então em intimar o dono do moinho a demoli-lo. O dono do moinho recusou-se a cumprir a ordem de Frederico II, argumentando que não temia a autoridade do soberano, por mais poderosa que fosse, pois acreditava que “ainda havia juízes em Berlim”. Essa frase passou a representar a crença das pessoas comuns na existência de magistrados justos e independentes.