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Perfil do Acadêmico(a)
José Guimarães Neiva Moreira
- Cadeira:
- 16
-
Naturalidade:
- Nova Iorque, MA
- Data de Nascimento:
- 10 de outubro de 1917
- Data de Falecimento:
- 03 de abril de 2011
- Data da Eleição
- 07 de maio de 1992
- Data da Posse
- 08 de julho de 1993
- Recepcionado(a) por:
- Joaquim Itapary
- Antecedido(a) por:
- Paulo Nascimento Moraes
JOSÉ GUIMARÃES NEIVA MOREIRA nasceu em Nova Iorque a 10 de outubro de 1917, no sertão do Rio Parnaíba, uma pequena localidade maranhense fundada por um pastor protestante norte-americano, e faleceu em São Luís a 03 de abril de 2011.
Desde muito jovem iniciou-se no jornalismo, primeiro no Piauí e depois no Maranhão. Em Floriano, Piauí, fundou com um grupo de jovens “A Luz” e lançou com Carlos Castelo Branco, ambos estudantes do Liceu Piauiense, outro jornalzinho, “A Mocidade”. Em São Luís trabalhou na “Pacotilha” e participou da incorporação desse jornal aos “Diários Associados”. Transferindo-se para o Rio de Janeiro, trabalhou em vários jornais, mas foi nos “Diários Associados” (“Diário da Noite”, “O Jornal”, “O Cruzeiro”) onde desenvolveu sua principal atividade profissional.
Foi eleito deputado estadual por seu estado, sendo escolhido líder da bancada oposicionista na Assembleia do Maranhão. Participou ativamente das grandes lutas do Estado na década de 50, que culminaram com uma rebelião popular de quase dois meses, que paralisou a capital, com ampla repercussão no interior do Estado e no País.
Neiva foi deputado federal por três vezes, sendo eleito em 1959 e 1960 para a Mesa da Câmara e designado presidente da Comissão de Transferência da Câmara Federal para Brasília.
Nos agitados tempos da metade da década de 50 até 1964, atuou nas lutas nacionalistas e populares. Eleito secretário da Frente Parlamentar Nacionalista, que ajudou a fundar em 1956, lutou em defesa de uma plataforma nacionalista para a economia.
Com a vitória do golpe de abril de 1964, teve o seu mandato cassado pelo Ato Institucional nº 1 (09.04.64), ao lado de João Goulart, Leonel Brizola, Miguel Arraes, Luiz Carlos Prestes e outros dirigentes progressistas. Ainda em abril, o novo governo impediu a publicação do diário maranhense “Jornal do Povo”, de sua propriedade, cuja sede foi posteriormente incendiada.
Depois de meses de prisão em quartéis e fortalezas do Rio e de Brasília, Neiva teve de exilar-se na Bolívia, seguindo de lá para o Uruguai. Com a imposição da ditadura, nesse país, não pôde mais permanecer aí, asilando-se na Argentina. Ali passou a editar a revista “Tercer Mundo”, posteriormente denominada “Cuadernos del Tercer Mundo”. Com a radicalização política durante o governo Isabelita Perón, tomou-se impossível a edição de sua revista. Neiva terminou expulso da Argentina, radicando-se no Peru e, posteriormente, no México.
Após haver sido beneficiado pela Lei da Anistia (28.08.79), Neiva Moreira retornou ao Brasil em outubro de 1979.
Aqui continua como diretor da revista “Cadernos do Terceiro Mundo, uma publicação democrática e suprapartidária com edições em português e espanhol e mais duas revistas: “Ecologia e Desenvolvimento e Mercosul.
Como jornalista esteve por longos períodos na África e no Oriente Médio, cobrindo acontecimentos internacionais decisivos, revoluções libertadoras e guerras. Permaneceu em Angola e Moçambique, no auge da luta desses países pela independência.
Neiva foi presidente nacional do PDT e integrou o Diretório Regional do Maranhão. Analisou, em várias oportunidades, a política econômica e, particularmente, o modelo de privatizações que, com diferentes matizes, estava sendo implantado na América Latina, examinando os seus aspectos negativos e sua repercussão nas economias de cada país.
Além da trajetória política, foi fiscal da prefeitura de São Luís; redator do Instituto Brasileiro de Comunicação (IBC); Secretário de Comunicação Social do Rio de Janeiro (1983-1985); presidente do Banco de Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro (Bancoderj) de 1985-1986; e membro da Academia Maranhense de Letras, ocupando então a cadeira de número 16.
- “Fronteiras do mundo livre”. Editora A Noite. Rio de Janeiro, 1949.
- “O Exército e a crise brasileira”. Montevidéu, 1968.
- “Modelo peruano”. La Linea. Buenos Aires, 1973 (este livro foi reeditado em diversos países, inclusive no Brasil – Paz e Terra. Rio de Janeiro, 1975).
- “Brasília, hora zero”. Terceiro Mundo. Rio de Janeiro, 1988 (depoimento sobre a transferência da Capital Federal para Brasília, trabalho em que o autor exerceu decisivo papel).